terça-feira, 23 de outubro de 2007

A censura seletiva

ReproduçãoApesar da boa atuação do Brasil em sua última partida contra o Equador, o que ficou mais gravado na mente do torcedor certamente foi o fenomenal drible aplicado por Robinho na confecção do quarto gol da equipe, convertido por Elano.

Usando e abusando de toda a sua técnica Robinho chamou o zagueiro equatoriano pra dançar. Aplicou pedalada, fingiu que foi-mas-não-foi, deu mini-elástico, toque de letra e tudo o mais o que se tem direito até cruzar para o meio da área onde residia seu ex-companheiro de Santos.

Magnífico, sensacional e brilhante foram apenas alguns dos muito elogios que a jogada recebeu por parte de todos os que a viram em seus televisores e que a presenciaram no Maracanã. Ou seja, uma reação bem diferente daquela tecida pelos comentários negativos a respeito do drible da foquinha praticado por Kerlon do Cruzeiro.

É necessário então ponderar e levantar a seguinte questão: por que o drible de Robinho é magnífico e o artifício de Kerlon é imprudência?

Quando o garoto do Cruzeiro fez sua jogada contra o limitado Coelho do Atlético-MG, muitos logo alardearam: "Ele fez isso só pra provocar! Não tinha porque, afinal o jogo já estava ganho para o time dele!" E o 3 a 0 em cima do Equador não era jogo decidido?
Reprodução
E então se disse que o drible de Kerlon não era objetivo. Ora, até onde sabemos a jogada objetiva é aquela que vai em direção ao gol, e as duas tiveram esse inuito não?

E duvidaram que o jovem de Minas fizesse isso quando seu time estivesse perdendo o jogo, mas e Robinho? Fez isso na péssima atuação contra a Colômbia ou mesmo enquanto a partida contra o Equador ainda estava no 0 a 0?

E resolveram dizer que o garoto estava pedindo pra levar pontapé toda a vez que fizesse a foquinha. E Robinho com seus passa-o-pé-em-cima-da-bola e pedaladas infinitas não está pedindo para que algum zagueiro o rache no meio?

Não é caso de se desvalorizar o drible de Robinho, que realmente foi sensacional diga-se de passagem, mas sim de ter na cabeça que a máxima "é melhor não driblar pra não causar problemas" não pode ter vez quando o assunto é futebol.

Um comentário:

Nádia Tamanaha disse...

"Faca de dois (le)gumes" haha!
Literalmente.
Te amo