quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

4 a 4

Poucos jogos chamaram minha atenção nesta temporada 2007/2008 do futebol europeu quanto o protagonizado por Chelsea e Aston Villa na manhã desta quarta-feira, na já tradicional rodada do Boxing Day.

Porquê? Simplesmente pelos momentos únicos que aconteceram nos 90 minutos de uma partida que terminou 4 a 4. Cech falhando, Shevchenko jogando sua melhor partida no Chelsea até hoje, Ballack voltando com tudo, 3 expulsões, golaço do zagueiro Alex, 2 pênaltis e um Aston Villa determinado a sair com um bom resultado foram somente alguns deles.

O jogo

A equipe do Chelsea entrou em campo determinada a manter uma invencibilidade de 71 jogos em seu estádio e provar que o caneco desta temporada ainda pode ser seu.

Sabendo disso, era praticamente inconcebível pensar que a equipe do Aston Villa fosse impôr resistência aos Blues, mas como diria o velho babaca: "futebol é uma caixinha de surpresas". Logo aos 13 minutos toda a expectativa foi subvertida pelo gol do Villa, marcado pelo atacante Shaun Maloney.

Tudo bem, tudo certo. Afinal era o Chelsea, a equipe mais foderosa dos últimos anos. Era tudo uma questão de jogar com calma e.... Lampard se machucou! O armador de todas as jogadas ofensivas do time saía então aos 30 minutos para dar lugar a um contestado e desacreditado Michael Ballack que voltava aos poucos de uma contusão quase interminável.

O ímpeto ofensivo do time da casa mingou aos poucos e quando o resultado parecia estar definido para a primeira metade do jogo, eis que Shaun Maloney chuta de looonge.... rasteirinha... fácil para a defesa tranquila de ...... GOL do Villa.

2 a 0 era preocupante, muito preocupante mesmo! Mas, como de costume, a sorte sorriu para os Blues e nos 47 redondos Michael Ballack adiantou a bola e foi derrubado dentro da área. Pênalti bem marcado e uma expulsão no mínimo contestável do zagueiro Knight.

Shevchenko na bola e o gol marcado. Time de volta à disputa com um a mais... Não pode ficar melhor! Ainda mais quando aos 4 minutos da segunda etapa o mesmo Sheva acerta uma bomba e estufa as redes adversárias decretando o empate no placar.

Assustados e defendendo a todo o custo, os jogadores do Aston Villa eram cada vez mais sufocados pelos Blues, que agora adiantavam ainda mais um pouco a sua marcação. A coisa chegou a tal ponto que aos 15 minutos do segundo tempo o zagueiro Alex tabelou com Shevchenko, recebeu na frente e marcou um golaço! 3 a 2 no placar, parece que agora as coisas voltarão a normalidade.

E voltariam sim... Não fosse a pataquada da defesa londrina que deixou o zagueiro Laursen empatar logo em seguida. 3 a 3! O Chelsea precisava da vitória para continuar no páreo, mas já não podia contar com um jogador a mais, uma vez que Ricardo Carvalho conseguiu ser expulso em um lance besta sobre Agbohlahor.

A partida adquiriu tom ainda mais dramático quando Joe Cole foi derrubado na entrada da área aos 43 minutos da etapa final. Sem Lampard para atazanar sua vida, Michael Ballack ajeitou a bola com carinho e cobrou com exímia categoria no canto do goleiro para decretar o 4 a 3 que parecia liqüidar de vez a partida.

Porém 2 minutos depois a zaga londrina deu nova bobeira, obrigando Ashley Cole a tirar a bola de dentro das redes anfitriãs com suas mãos. Cartão vermelho e pênalti a ser cobrado pelo capitão do Villa, o zagueiro-meia Barry.

E tudo se resumia àquele momento. O Villa ganhava por 2 a 0, chegou a tomar a virada, empatar de novo e sofrer outro revés. Agora, bastava converter o pênalti para garantir a consagração da equipe. Bastava não... PRECISAVA marcar o pênalti para garantir, pelo menos, a dignidade de seu time.

Olhos nos olhos, pé na bola, gritos na arquibancada e o 4 a 4 no placar. Estava bom demais para o juiz, que então apitou pela última vez naquela tarde.

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