quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Quase como antigamente...

Marcantes no futebol do passado, os lançamentos precisos, feitos antes da intermediária e até do meio-de-campo, foram perdendo espaço ao longo da história do futebol. Sua utilização era muito condicionada ao espaço dado pela defesa aos jogadores capazes de fazer esse tipo de lance e ao tempo que o "lançador" tinha para realizar esse movimento.

Com o dinamismo e velocidade frenética dos campos, hoje é quase inimaginável pensar que jogadores capazes de fazer lançamentos sejam imprenscindíveis nos times do futebol mundial. O futebol hoje tem que ser rápido e dinâmico, de preferência com passes curtos e tabelas em direção ao gol. Não por acaso, os últimos dois melhores jogadores do mundo foram Kaká e Cristiano Ronaldo, símbolos dessa máxima do futebol objetivo e que vez ou outra traz aspectos mais plásticos.

No entanto, dois jogos do último fim de semana fizeram o torcedor lembrar um pouco da época em que o grande meia do time era o cara capaz de fazer lançamentos de 20 ou 30 m no pé dos atacantes.

A primeira partida em que esse fenômeno pôde ser observado novamente foi o jogo entre Manchester United e LDU na final do Mundial de Clubes da Fifa. Ciente da força de Cristiano Ronaldo e Rafael pelo lado direito do campo e da velocidade de Park e Evra pela esquerda, o time equatoriano se posicionou com duas linhas de quatro, nas quais Reasco e Bolaños atuavam quase como "laterais avançados", à frente dos laterais "convencionais".

Principalmente pela disposição tática, o poder de marcação da LDU se sobrepujou ao Manchester em diversos momentos da partida, fazendo com que o time inglês tivesse que apelar para... os lançamentos! Vendo que a forte marcação não dava espaço para as descidas pelos lados do campo, Anderson e, principalmente, Carrick mostraram qualidade para diversas vezes dominar a bola no meio-de-campo e, em vez de carregá-la para bater de frente com os volantes Urrutia e Araújo, mandá-la à distância para os rápidos Rooney e Tevez.

No fim o gol acabou saindo em uma jogada de penetração de Cristiano Ronaldo (até porque com um a menos ficava inviável insistir em lançamentos para um único atacante), mas a busca pelos lançamentos mostrou que os times que entram em campo somente para se defender não podem simplesmente se esquecer da possibilidade dos passes longos vencerem suas defesas.

Outro jogo que foi marcado pela "volta dos lançamentos" foi o embate entre Arsenal e Liverpool no Emirates Stadium. Barrado pelos volantes Lucas e Xabi Alonso do 4-2-3-1 de Rafa Benítez, os externos da linha de 4 do meio londrino (que contava com um improvisado Denílson fazendo o lado direito), teve que dar um jeito de fazer a bola chegar a Van Persie e Adebayor. O jeito novamente foram os lançamentos. Em uma bola milimétricamente colocada, Nasri conseguiu fazer um lançamento no pé de Van Persie, que só teve que ajeitar e fuzilar o goleiro Reina.

O empate dos Reds surgiu em jogada parecida, mas que de forma alguma pode ser caracterizada como lançamento, uma vez que a defesa do Liverpool rifou a bola para o campo de ataque e esperou para ver no que que dava. Mesmo assim, o chutão provou-se uma ótima saída para Robbie Keane se desvencilhar da marcação londrina, aproveitar a defesa alta e o grande espaço entre Gallas e Djourou para mandar a bola para dentro do gol.

Um comentário:

Nádia Tamanaha disse...

Em matéria de lançamentos a looonga distância, não tem jogador melhor que o Perdigão.

Ok, é brincadeira. No caso, ele só fazia lançamento porque, coitado, não conseguia correr muito tempo com a bola!

Te amo,
Beijo