quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Roger, o Barrichello do futebol

Mais inegável do que a grande qualidade do goleiro Roger, de times como Flamengo, Portuguesa e São Paulo, é a sua tremenda falta de sorte no mundo do futebol.

Em seus 16 anos de carreira poucas vezes o goleiro foi destaque de sua equipe, principalmente pelo fato dele quase NUNCA conseguir ser titular de algum time.

Talvez o momento de maior destaque de Roger no mundo do futebol tenha acontecido justamente fora dos gramados, em meados de 1999. Na época o goleiro, então no São Paulo, foi afastado pelo treinador Paulo César Carpegiani pelo simples fato de ter pousado nu para a revista G Magazine. O caso rendeu semanas e semanas de discussão sobre a atitude do goleiro e do técnico.

Após o incidente Roger teve uma discreta passagem pelo Vitória da Bahia e pela Portuguesa de Desportos para então voltar ao tricolor do Morumbi no ano de 2001. Em seu retorno Roger tornou a ser o reserva de luxo de Rogério Ceni até 2005, quando o arqueiro carioca deixou o clube às vésperas do Mundial de Clubes.

O goleiro foi então para o Santos, para ser O titular do clube e acabar, de uma vez por todas, com a má impressão deixada por jogadores medíocres como Tapia, Henao e Saulo. Agora parecia que finalmente as coisas iriam funcionar para o atleta, então com 33 anos.

Iriam...

Eis que então Fábio Costa em negociação relâmpago trocou o campeão Corinthians pelo time da baixada. Na época Luxemburgo conclamou: " São dois ótimos goleiros que vão brigar pela posição de titular". Mas não houve briga.

Fábio logo assumiu a condição de titular e Roger foi relegado novamente ao seu velho conhecido, o banco de reservas.

A história do arqueiro lembra muito a de outro esportista brasileiro "azarado" por assim dizer; Rubens Barrichello. O piloto, que teve seu auge na Ferrari, sempre demonstrou um grande talento, digno de campeão mundial. Contudo, as constantes falhas mecânicas em seu carro e a inexóravel presença do melhor piloto de Fórmula 1 da história como seu "companheiro" de equipe fizeram com que Rubens fosse eternizado como um piloto ruim, digno da ironia de todos os brasileiros.

Rubinho pulou fora da Ferrari um ano antes de Schummy abandonar as pistas. Foi para a Honda, equipe competitiva até sua chegada. Porém, novamente o azar do piloto marcou, e ainda hoje marca, presença. A equipe nipônica caiu brutalmente de nível na última temporada, brigando agora por posições abaixo da 12ª.

Há pouco mais de duas semanas Roger resolveu dar mais uma cartada em sua carreira ao trocar o Santos, quando finalmente tinha chance de se firmar graças ao afastamento de Fábio Costa, pela equipe do Botafogo do Rio de Janeiro.

Dada a qualidade dos goleiros que estão lá, não será difícil para Roger se firmar como camisa 1 do alvinegro carioca. Contudo, quem sabe da história de azar do arqueiro não se surpreenderia com uma contusão do atleta justamente agora...

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito oportuna a comparação! Apesar da necessidade premente de assumirmos uma postura "existencialista" (fora de moda, de época e de contexto), nos responsabilizando pelas consequências de nossos atos, há casos como os aqui citados que deixam qualquer cristão com a pulga atrás da orelha... Defesa do fatalismo?

Mas, francamente, ficar filosofando em blog de futebol??????
Sorry, as vezes eu "fico fora de si"...

Nádia Tamanaha disse...

Você esqueceu do Vitor Meira.
Te amo...

Alexandre Massi disse...

Creio q o vitor meira é talentoso! mas falta um carro decente. Mas como o assunto é roger, para mim, esse cara tinha tudo para ser melhor q o rogerio ceni (bombástica essa declaração hein?). mas é verdade. nunca vi um cara fazer tantas defesas espetaculares como o roger. pena q se satisfez com o banco

GABRIEL RUIZ disse...

Belo texto, ótima comparação e dados interessantíssimos; deu um refrech na memória são paulina. Curti.

falow, um abraço